Parte I – Sobre proponente e co-proponente
- Proponente
Nome: Kelly Gomes
Estado: Santa Catarina
Região: Sul
Setor: Empresarial
- Co-proponente
Nome: Maria Eduarda dos Santos Araujo
Estado: Pernambuco
Região: Nordeste
Setor: Empresarial
Parte II - Sobre o Workshop
Resumo do workshop
A internet trouxe consigo uma revolução na maneira como vivemos, nos relacionamos, nos comunicamos e em como nos vemos. Compreendendo a necessidade de nos questionarmos mais sobre nossa relação com as tecnologias e como elas influenciam na produção de subjetividades, a proposta do workshop será facilitar a discussão sobre como o acesso desenfreado de conteúdos pode impactar significativamente na formação da identidade de jovens.
OBJETIVOS E CONTEÚDOS DO WORKSHOP
Uma pesquisa da TIC KIDS 2023, aponta que 88% das crianças e adolescentes, de 9 aos 17 anos, possuem perfil em plataformas digitais. A formação de identidade perpassa pelo nosso desenvolvimento ao longo da vida, onde a infância e a adolescência são períodos cruciais, caracterizados por mudanças, físicas, cognitivas e socioemocionais. Adicionamos a este processo o constante acesso a plataformas digitais, onde os algoritmos passam a ter papel fundamental na mediação das interações sociais, guiando crianças e adolescentes para determinadas pautas, temáticas e interesses através de suas recomendações. Nas plataformas se reforçam discursos consumistas, meritocráticos que sugerem a importância da performance, da estética, para obter "sucesso". Diante disso os usuários são expostos a todo momento a comparações sobre quem são e sobre quem precisam ser. O que passa a ser sustentado é a ideia de que as mudanças em si precisam ocorrer rapidamente e drasticamente, porém é impossível acompanhar a velocidade da hiperconexão, do hype on-line. Entretanto, é dentro dessa dinâmica que identidades se desenvolvem. Se tudo ao redor dessas crianças e adolescentes muda constantemente, como fica o processo de construção de identidade? Considerando estes pontos, o workshop tem como objetivo analisar os efeitos da constante interação com a internet na vida de crianças e adolescentes, perpassando por discussões a respeito do letramento digital, identidade digital, privacidade e proteção de dados. A partir disso buscar-se-á explorar os efeitos psicossociais, as influências das plataformas digitais nas subjetividades de crianças e adolescentes para se discutir abordagens éticas, propor diretrizes para regulamentação de plataformas online bem como orientações que possam promover o bem estar individual e social.
RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A GOVERNANÇA DA INTERNET
A temática possui grande relevância para a GI, ao abordar aspectos críticos da interação dos adolescentes com a internet. Os debates devem considerar o impacto das plataformas digitais em relação à saúde mental dos adolescentes. A influência da algoritmização na saúde emocional dos jovens demanda regulamentação e diretrizes que garantam um ambiente digital seguro e saudável, que podem envolver desde a proteção de dados desse público, políticas de moderação de conteúdo, mecanismos de transparência algorítmica até orientações de privacidade por design. Além disso, pautado nos princípios estabelecidos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), deve-se assegurar que os direitos, como privacidade e liberdade de expressão, sejam também protegidos em ambientes digitais, coleta de dados pessoais e o direcionamento algorítmico levantam questões sobre o consentimento informado e a manipulação de comportamentos. A discussão sobre ética na coleta e uso de dados desse público é central para a GI. É necessário estabelecer princípios claros para o uso responsável de algoritmos que afetam decisões, recomendações e informações direcionadas a esse grupo vulnerável, ainda mais envolvendo publicidade micro segmentada. É importante encorajar e promover a diversidade de perspectivas e o acesso a informações diversas. Algoritmos que criam câmaras de eco e limitam a exposição a visões variadas podem prejudicar o desenvolvimento de uma compreensão crítica do mundo. Faz-se necessário incentivar práticas responsáveis na algoritmização direcionada às crianças e adolescentes e isso envolve transparência, proteção da privacidade e fornecimento de informações verídicas. Em resumo, a temática a respeito das identidades digitais na infância e adolescência é relevante para a GI por sua conexão direta com a proteção dos direitos dos jovens, a promoção de um ambiente online saudável e a formação de cidadãos digitais responsáveis.
FORMA DE ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA MULTISSETORIAL PROPOSTA
O painel será estruturado de modo a promover a disseminação de conhecimento, assim como a discussão acerca dos impactos do uso de plataformas digitais na adolescência. Propõe-se que o workshop seja um diálogo multissetorial composto pelos quatro setores que representam o CGI. Contaremos com a participação de uma psicóloga, explorando o desenvolvimento humano e possíveis atravessamentos do uso precoce de tecnologias por crianças e adolescentes. Uma representante do terceiro setor dedicada ao bem-estar infantil e juvenil, que trará uma perspectiva crítica. Uma representante do setor governamental, que trará um contexto para a conversa sobre subjetividade e violências no mundo digital. Por fim, a presença de um docente representando o setor acadêmico, que irá abordar uma perspectiva sobre os desafios enfrentados no que diz respeito às questões de comunicação relacionadas ao uso da tecnologia por crianças e adolescentes.
FORMAS DE ENGAJAMENTO DA AUDIÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA
No início do painel, o moderador da mesa proporá um acordo ao público: evitar o uso de celulares durante o painel. Ao final, será questionado quem conseguiu cumprir esse exercício e, para quem não conseguiu, será solicitado que expliquem o motivo e o que os levou a utilizar o celular. No início do painel a moderação terá 5 minutos para apresentar a mesa e iniciar os trabalhos. Cada painelista terá 12 minutos de fala. Ao final, haverá um momento de diálogo de 15 minutos para perguntas, seguidos de 15 minutos para as respostas dos painelistas. Um link para o Mentimeter será disponibilizado para perguntas, cujas respostas serão discutidas nos minutos restantes do final.
RESULTADOS PRETENDIDOS
Almejamos que o público adquira uma compreensão de como o uso de plataformas digitais media as experiências das crianças e adolescentes. Desejamos identificar os impactos psicossociais da algoritmização da vida, reconhecendo como a exposição constante a conteúdos recomendados pode afetar a autoestima, promover a polarização de opiniões e modificar comportamentos. Espera-se que ao final da discussão possamos olhar com uma perspectiva equilibrada, buscando promover uma abordagem ética e responsável no uso da internet, um ambiente em constante evolução. Pretende-se elaborar, com as informações e contribuições que serão obtidas ao longo do painel, um relatório que apresente os principais efeitos do uso da internet nas identidades das crianças e dos adolescentes, assim como explorar formas de mitigar tais efeitos nocivos, contribuindo para a promoção de uma internet mais saudável e consciente.
RELAÇÃO COM OS PRÍNCIPIOS DO DECÁLOGO
Liberdade, privacidade e direitos humanos
TEMAS DO WORKSHOP
DINC – Crianças e Adolescentes | ISCI – Identidade digital | PRIS – Segurança e proteção das crianças online |
ASPECTOS DE DIVERSIDADE RELEVANTE
Gênero | Região | Idade ou geração |
COMO A PROPOSTA INTEGRARÁ OS ASPECTOS DE DIVERSIDADE
A intenção do workshop é possibilitar a integração de diversas áreas do conhecimento para apresentar perspectivas diversas que possam auxiliar a enriquecer o debate a respeito do impacto das plataformas digitais na formação de identidade de crianças e adolescentes e até mesmo propondo caminhos para enfrentar este cenário. Os painelistas salientam a importância da diversidade entre as áreas de atuação, como psicologia, direito e comunicação, mas também pela representação regional, geracional, de setor e gênero. Contribuindo assim para análises a partir de recortes, mas também mais profundas, considerando a experiência dos painelistas.