Primeira Infância e Internet: Dados, Evidências e Redes no avanço de uma agenda para o cuidado

Parte II - Sobre o Workshop

• Resumo do workshop

  O painel discutirá os impactos do uso de TICs na primeira infância, com base em dados nacionais inéditos, explorando debates sobre a idade ideal para uso de telas e posse de celulares. Haverá participação multissetorial e interação ativa com a audiência, registrando reflexões e recomendações práticas. O objetivo central é avançar estratégias para proteção integral da Primeira Infância na agenda da Governança da Internet, em um contexto de crescente hiperconectividade.

  OBJETIVOS E CONTEÚDOS DO WORKSHOP

  O objetivo geral do workshop é avançar em uma agenda de governança da Internet com foco nas necessidades da primeira infância (0-6 anos), uma fase crucial para o desenvolvimento sociobiopsíquico. A discussão visa integrar perspectivas multissetoriais para entender os impactos da Internet nessa faixa etária e apoiar a criação de políticas e planos que protejam e promovam o desenvolvimento integral das crianças no ambiente digital. Os objetivos específicos são: - Ampliar a compreensão multissetorial das etapas do desenvolvimento infantil e dos impactos dos usos da Internet nessas fases, a partir da apresentação de evidências de diversos campos de conhecimento. - Realizar uma análise inédita de uma série histórica de 10 anos de dados e indicadores nacionais, permitindo que painelistas e a plateia ofereçam insights sobre a relação entre tecnologia e primeira infância, com dados quantitativos e qualitativos. - Apoiar o mapeamento de reflexões sobre o uso de smartphones e plataformas digitais por crianças pequenas, além de analisar o impacto das políticas de proibição do uso de smartphones em escolas, conectando esses temas com discussões emergentes. - Sistematizar contribuições multissetoriais que possam apoiar a criação de novas redes, pesquisas e o mapeamento de prioridades na agenda de proteção à infância no ambiente digital. - Contribuir para políticas e planos em curso, como o Plano Nacional da Primeira Infância e a Estratégia Brasileira de Educação Midiática, conectando o debate sobre governança da Internet com a peculiaridade do desenvolvimento infantil. O workshop também visa ampliar a análise dos dados apresentados, convidando a audiência a participar ativamente no processo de interpretação. A combinação de diferentes perspectivas permitirá uma compreensão mais profunda dos desafios e oportunidades para proteger e promover o desenvolvimento das crianças no mundo digital, fortalecendo as bases para novas ações e políticas públicas.

  RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A GOVERNANÇA DA INTERNET

  A primeira infância (0-6 anos) é um período crítico para o desenvolvimento sociobiocognitivo de todos os seres humanos. Interações precoces com a Internet e dispositivos móveis podem ter efeitos de longo prazo na formação das crianças, por isso debates emergentes em nível internacional e nacional ocorrem sobre a) impactos de smartphones no desenvolvimento infantil; b) ações para mitigar riscos para a infância em um mundo cada vez mais conectado; e c) possibilidades de uso de smartphones nas escolas. Esse cenário torna urgente a discussão sobre a proteção integral dessa faixa etária na Internet. O Marco Legal da Primeira Infância reforça o dever do Estado em garantir políticas que assegurem seu desenvolvimento integral. Apesar disso, a governança da Internet no Brasil ainda não incorporou de forma efetiva o debate sobre o impacto das tecnologias digitais na primeira infância. Em 12 edições do FIB, não foi identificado nenhum painel dedicado a essa temática, evidenciando uma lacuna em um grupo sub-representado. Percebe-se que a falta de dados quantitativos e qualitativos sobre essa faixa etária tem dificultado debates baseados em evidências, reforçando a necessidade de ações concretas para o avanço da agenda. O painel propõe preencher essa lacuna. Ao apresentar dados inéditos quantitativos e qualitativos, de relevância nacional, sobre Internet e Primeira Infância, o painel busca engajar a comunidade multissetorial do FIB em uma interpretação participativa, convidando painelistas e audiência a colaborar na análise dos impactos da tecnologia no desenvolvimento infantil. Está alinhado a 3 princípios do Decálogo: 1) Liberdade, privacidade e direitos humanos e 2) governança democrática e colaborativa, ao avançar uma agenda multissetorial pela proteção integral da primeira infância na Internet; 3) diversidade, ao incluir um grupo sub-representado a partir de múltiplas perspectivas; e 4) ambiente legal e regulatório, ao ampliar análises baseadas em evidências.

  FORMA DE ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA MULTISSETORIAL PROPOSTA

  Nos primeiros 10 minutos, a moderação apresentará uma série histórica de dados inéditos sobre o uso de TICs na primeira infância. O painel será dividido em 2 blocos de debate, cada um com uma pergunta norteadora. O primeiro bloco discutirá: Quais são os impactos do uso de tecnologias digitais no desenvolvimento infantil e quais elementos devem ser usados para uma leitura contextualizada dos dados? O segundo abordará: Quais políticas públicas e boas práticas podem ser desenvolvidas para mitigar os riscos digitais para a primeira infância? Cada bloco terá 20 minutos de falas, com 5 minutos por painelista. Entre os blocos, haverá momentos de reflexão a partir de narrativas baseadas em histórias reais, permitindo que a audiência registre suas percepções sobre as perguntas orientadoras. O painel se encerrará com um bloco final de debate aberto com audiência presencial e virtual, com duração de 20 minutos, permitindo engajamento interativo entre painelistas e público.

  FORMAS DE ENGAJAMENTO DA AUDIÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA

  O engajamento da audiência será contínuo, usando estratégias que incluem: a) entrega de material impresso com dados sobre o tema para apoiar o debate e contextualizar os participantes logo na entrada e via link virtual; b) uso de ferramentas digitais, como o Padlet, para coletar percepções da audiência presencial e virtual de forma dinâmica e constante. A moderação atuará como porta-voz dessas contribuições, integrando-as às falas dos painelistas em tempo real. Técnicas de storytelling baseadas em casos reais serão usadas pela moderação para incentivar uma participação criativa e colaborativa, conectando as histórias com os temas debatidos. A audiência também terá um bloco de interação ao final do painel, com perguntas e respostas para participantes presenciais e remotos. Assim, garantiremos uma participação inclusiva, formativa e constante, possibilitando que diferentes perspectivas da audiência se integrem à discussão e contribuam para a análise de dados e geração de recomendações.

  RESULTADOS PRETENDIDOS

  Além de promover uma discussão multissetorial entre painelistas e audiência sobre os impactos da tecnologia na primeira infância, o painel pretende: i) sistematizar conhecimentos existentes e pessoas de referência no estudo do uso de TICs por crianças de 0 a 6 anos em biblioteca virtual compartilhada; ii) mapear perspectivas e contribuições da audiência para enriquecer o debate e a análise dos dados inéditos apresentados; iii) criar um quadro de riscos e oportunidades associados ao uso de tecnologias digitais na primeira infância. A relatoria do workshop consolidará esses tópicos em um quadro que será parte do relatório final e um subproduto autônomo. Esse esforço poderá contribuir para: i) o aprofundamento de pesquisas; ii) o fortalecimento de redes; iii) a geração de insights sobre lacunas e considerações de contexto para novas pesquisas e iv) e avanço da agenda da proteção integral da Primeira Infância na Internet no Brasil.

  RELAÇÃO COM OS PRÍNCIPIOS DO DECÁLOGO

  Liberdade, privacidade e direitos humanos

  TEMAS DO WORKSHOP

  DINC – Crianças e Adolescentes | PRIS – Segurança e proteção das crianças online | TSAU - Bem-estar digital |

  ASPECTOS DE DIVERSIDADE RELEVANTE

  Gênero | Cor ou raça | Região |

  COMO A PROPOSTA INTEGRARÁ OS ASPECTOS DE DIVERSIDADE

  O painel integrará diversidade de maneira abrangente, com representação de quatro regiões brasileiras (Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Sul), além de uma composição paritária de gênero. Contará com um participante com deficiência e painelistas de diferentes origens étnicas, incluindo pessoas pardas, pretas e amarelas, ampliando as perspectivas do debate. A abordagem também reforça a diversidade temática, já que a primeira infância é um tema sub-representado na governança da Internet. A coleta de elementos contextuais para o debate será enriquecida por especialistas de várias áreas: saúde e psicologia, educação, políticas públicas, estatística, além de uma influencer e empresária cuja atividade econômica inclui representação de sua família nas redes e engajamento com público de famílias. Um destaque será a participação de um adolescente, nortista e ativista digital, que contribuirá com a análise contextualizada a partir de suas experiências no uso de telas.