Parte I – Sobre proponente e co-proponente

  • Proponente

    Nome: Afroya Tech Hub

    Estado: Rio Grande do Sul

    Região: Sul

    Setor: Empresarial

Parte II - Sobre o Workshop

  • Resumo do workshop

    O acesso à internet e às novas tecnologias moldam as interações sociais, mas nem todas as pessoas jovens estão conectadas. Seja por barreiras financeiras, falta de equipamentos, ausência de planos de internet ou letramento digital, muitas ficam excluídas. No workshop, discutiremos caminhos para construir uma conectividade significativa, considerando juventudes negras, LGBTQIA+, rurais, em privação de liberdade e indígenas. É preciso refletir que internet queremos com as juventudes!

    OBJETIVOS E CONTEÚDOS DO WORKSHOP

    As tecnologias da informação e comunicação (TIC) e a internet estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano, razão pela qual têm assumido um papel central no desenvolvimento da sociedade e das relações sociais. Entretanto, ao considerar que o Brasil é um país permeado por desigualdades, sejam elas sociais, políticas e/ou econômicas, quando o assunto é o acesso às TIC e à internet, nota-se uma lacuna, sobretudo no que se referem grupos socialmente vulnerabilizados, que, nestes termos, vivem uma constante exclusão digital. A partir desse contexto, pensar em conectividade significativa enquanto acesso a uma infraestrutura confiável e rápida, a custos acessíveis, que tenha posse de um ou mais dispositivos de acesso à Internet, conte com habilidades online adequadas às suas necessidades e tenha garantida uma navegação segura (UIT, 2022), é compreendê-la também como uma forma de promover a inclusão digital e, portanto, inclusão social, principalmente das juventudes, pois com a globalização da internet e uma constante digitalização da sociedade, estar desconectado, resulta também em violação a direitos humanos básicos desse grupo social. Assim, com este workshop buscaremos: 1) Debater de forma holística a conectividade significativa conciliando fatores que incluem acesso aos aparelhos tecnológicos, apropriação digital, inclusão econômica de acesso, dentre outros elementos, interseccionais que entrecruzam marcadores da diferença, como faixa etária (juventudes), raça, gênero, sexualidade, contexto territorial, e de privação de direitos; 2) Identificar os impactos da exclusão digital nas vivências das juventudes, em especial quando consideram-se os marcadores da diferença; 3) Discutir a relação entre conectividade significativa, inclusão digital e a emancipação das juventudes em situação de vulnerabilidades; 4) Apresentar estratégias, desafios e práticas de agenciamento coletivo e individual multissetoriais que possam servir de modelo para políticas públicas e sociais.

    RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A GOVERNANÇA DA INTERNET

    O painel articula vários dos princípios do decálogo da internet como: a) Governança Democrática e Colaborativa, ao propor uma reflexão que convida para o centro do debate da governamentalidade uma categoria etária que está majoritariamente distante dos espaços de tomada de decisão, como exemplo, vide a faixa etária da maioria dos conselheiros do CGI.BR ou dos membros do MAG; b) diversidade, ao garantir que o debate tenha um enfoque diverso não somente etário, mas também levando em conta especialmente setores das juventudes especialmente negligenciados, como negros, LGBTQIA+, rurais/do campo, e em situação de privação de liberdade; c) Universalidade, uma vez que o painel se propõe a partir do debate sobre conectividade significativa, refletir sobre os caminhos para a inclusão dos grupos já mencionados. Ainda, o próprio CGI.br, reconhecendo a relevância do tema, elencou “Inclusão Digital e Conectividade Significativa” como um dos sete temas prioritários para orientar o trabalho do Colegiado até 2027. Ademais, menciona-se que a temática explorada pelo presente painel possui relevância para governamentalidade da internet tão transparente, que encontra sua justificativa inclusive na criação dos programas de apoio e fomento para juventudes, tanto por parte do IGF, quanto pelo CGI.BR, como é o caso do programa YOUTH, sem contar outros programas de participação das juventudes como o da ISOC ou da ICANN. Apesar disso, nos últimos anos os debates sobre juventudes, tem sido desenvolvido com maior ênfase em espaços apartados, que acabam sendo espaços unilaterais, onde envolvem apenas e unicamente juventudes, tal postura, enseja em um entrave na formulação de políticas digitais para juventudes, pois, as pessoas que possuem o poder de tomada de decisão não se fazem presentes nestes espaços. Assim, é vital que o FIB15 abra um espaço amplo em sua programação oficial para dar voz e visibilidade às pautas sobre conectividade significativa das juventudes vulnerabilizadas.

    FORMA DE ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA MULTISSETORIAL PROPOSTA

    O moderador apresentará em 10 min o painel, os palestrantes e a metodologia. A atividade ocorrerá em três rodadas, as duas primeiras de 16 min cada e a última de 20 min. Ao abrir cada rodada, o moderador convidará o público a engajar no mentimeter com palavras-chave para responder à uma pergunta central. Na primeira rodada os representantes do setor empresarial e academia responderão, em 8 min cada, a uma pergunta sobre os desafios para a inclusão digital das juventudes. No segundo bloco os representantes do setor governamental e sociedade civil, serão questionados sobre a relação da conectividade significativa e a inclusão de jovens vulnerabilizados. Cada um terá o tempo de até 8 min. A última rodada, será de 5 min para cada palestrante comentar sobre estratégias e práticas multissetoriais que sirvam à garantia da conectividade significativa para as juventudes. Abriremos uma rodada de 20 min para participação do público com perguntas e respostas, e 8 min para encerramento do painel.

    FORMAS DE ENGAJAMENTO DA AUDIÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA

    Para garantir o engajamento da plateia utilizaremos duas metodologias ativas de participação. A primeira, será via mentimeter, com perguntas disparadoras a cada bloco que permitirá que a audiência tanto presencial como remota comentem suas percepções sobre o tema, e tragam elementos para serem abordados pelos debatedores. A segunda será com o microfone aberto para perguntas, que oportuniza a participação da audiência presencial, mas também faremos a leitura de perguntas enviadas online, privilegiando sempre as primeiras. Ao abrirmos o momento de participação da audiência, vamos também convidá-los a opinar no mentimeter, nos comentários ou via microfone, neste último de forma breve, qual sua opinião sobre o conceito de conectividade significativa da UIT. A proposta neste momento é também refletir a partir do Sul Global se o conceito de fato se aplica a nossa realidade de modo crítico, e mapear possíveis consensos entre a audiência.

    RESULTADOS PRETENDIDOS

    Espera-se que com esse painel possamos aprofundar os debates sobre conectividade significativa com um enfoque nas juventudes vulnerabilizadas, além de mapear consensos para a criação de uma agenda comum sobre qual é a agenda de conectividade significativa do Brasil e mapear quais estratégias podem ser utilizadas para a implementação desta agenda. Os resultados do painel serão sistematizados em forma de uma carta, “A carta das juventudes pela Conectividade Significativa” que apresentará uma série de ações e compromissos a serem adotados para alcançar a inclusão e emancipação de juventudes vulnerabilizadas.

    RELAÇÃO COM OS PRÍNCIPIOS DO DECÁLOGO

    Universalidade

    TEMAS DO WORKSHOP

    DINC – Grupos excluídos e minoritários | DINC – Inclusão digital | IACO – Acesso e conectividade |

    ASPECTOS DE DIVERSIDADE RELEVANTE

    Gênero | Região | Idade ou geração |

    COMO A PROPOSTA INTEGRARÁ OS ASPECTOS DE DIVERSIDADE

    A proposta atende aos critérios de diversidade na medida em que centraliza a questão da conectividade significativa nas demandas das juventudes vulnerabilizadas, que, por vezes, são esquecidas nestes espaços e que estão representadas no painel, qual seja, as juventudes LGBTQIA+, negras, de perímetros rurais e periféricos, em privação de liberdade e indígenas. O painel será composto por 2 mulheres cis, 3 homens cis e 1 pessoa não binária. Além de 5 pessoas negras. A distribuição regional do painel também foi analisada intencionalmente na proposta, que está composta da seguinte forma: 2 pessoas no nordeste de estados diferentes, 1 no sul, 1 no sudeste, 1 no centro-oeste e 1 no norte. Quanto à diversidade geracional, a proposta não apenas centraliza o debate em um grupo sub-representado nos espaços de decisão da GI (juventudes) como também trás participantes de faixa etária diversas. Ademais, a proposta conta com composição majoritária de pessoas LGBTQIAPN+ e 1 pessoa indígena.