Parte I – Sobre proponente e co-proponente
- Proponente
Nome: Thaís Aguiar
Estado: Pernambuco
Região: Nordeste
Setor: Comunidade Científica e Tecnológica
- Co-proponente
Nome: Vita Alere
Estado: São Paulo
Região: Sudeste
Setor: Empresarial
Parte II - Sobre o Workshop
Resumo do workshop
Que a internet está gerando efeitos prejudiciais para as crianças, todos sabemos. Mas quais são os reais impactos na saúde e no desenvolvimento de crianças e adolescentes hiperconectados? Sob perspectivas médica, psicológica e educacional, o painel aborda a urgência do debate sobre o declínio da infância saudável devido às TICs. A discussão foca em como o excesso de tecnologia prejudica a saúde infanto-juvenil, além de buscar formas de minimizar esses efeitos nas novas e futuras gerações.
OBJETIVOS E CONTEÚDOS DO WORKSHOP
No Brasil, cerca de 95% da população entre 9 e 17 anos está conectada, de acordo com a pesquisa TIC Kids Online 2023. No entanto, a maioria desses jovens relata dificuldades em controlar o tempo que passam em frente às telas, reconhecendo que permanecem conectados por períodos excessivos. Esses dados têm levado especialistas a caracterizar o fenômeno como uma "dependência digital" devido ao surgimento de comportamentos patológicos no uso excessivo das tecnologias digitais na infância. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca que a infância é um período crítico para o crescimento e a maturação, pois é quando o cérebro está se desenvolvendo e há mudanças físicas, sociais e cognitivas importantes que vão ser essenciais para definir quem será aquela pessoa. Porém, nos últimos tempos, essas fases da vida têm sido cada vez mais invadidas por estímulos digitais que não estão no melhor interesse do desenvolvimento dessas pessoas. Diversos estudos mostram a relação entre o uso abusivo de dispositivos digitais e sérios problemas de saúde, como problemas osteoarticulares, trastornos alimentares (obesidade, sedentarismo, anorexia e bulimia), distúrbios de imagem, baixa autoestima, dores crônicas, dor de cabeça, insônia, quadros de ansiedade e depressão e até comportamento suicida. Não bastasse isso, a passividade diante das telas favorece a preferência por atividades que exigem menos esforço cognitivo, enfraquecendo a capacidade crítica e criativa das crianças. Consequentemente, atividades que demandam esforço intelectual, paciência e protagonismo tendem a gerar desinteresse, ansiedade e frustração. Diante desse cenário, o painel terá como objetivo discutir de forma aprofundada os reais impactos do uso excessivo de tecnologias no desenvolvimento infanto juvenil, trazendo perspectivas pouco exploradas em outras edições. Pretendemos abordar as implicações do ambiente digital na saúde física, emocional e cognitiva, além de responder às principais dúvidas sobre os efeitos
RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A GOVERNANÇA DA INTERNET
A proteção da infância e adolescência está profundamente ligada à Governança da Internet, destacando o Estatuto da Criança e do Adolescente, que, junto a Constituição Federal e o Código Civil, assegura prioridade absoluta às crianças, responsabilizando o Estado, a família e a sociedade pela garantia de seus direitos fundamentais, como educação, lazer e saúde, inclusive no ambiente digital. Para garantir um desenvolvimento saudável e seguro, é crucial que a internet seja acessível e protegida, pois o seu uso inadequado pode comprometer o bem-estar físico, emocional e cognitivo dos jovens. Além da regulamentação, é vital que os fóruns de Governança da Internet incluam reflexões sobre a promoção da saúde e a prevenção de riscos. Esses espaços devem ir além das questões técnicas e jurídicas, adotando uma visão mais ampla que contemple o contexto psicossocial do ser humano. Ao tratar da proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital, é fundamental considerar a saúde mental, emocional e social dos jovens, reconhecendo o impacto das TICs em seu desenvolvimento integral. Debater a criação de ambientes digitais saudáveis e o fortalecimento de habilidades socioemocionais é tão relevante quanto a formulação de diretrizes legais. Busca-se promover um equilíbrio entre a proteção e o bem-estar psicológico, assegurando que os jovens possam navegar na internet de maneira segura e saudável. Ademais, a perspectiva de saúde no contexto da proteção digital da infância é frequentemente negligenciada nos debates da GI. Embora os aspectos regulatórios sejam amplamente discutidos, há uma falta de aprofundamento nas questões relacionadas aos riscos e soluções apontadas por especialistas da área da saúde. Por isso, este painel contribui para a GI ao trazer perspectivas diferenciadas para um problema que exige solução urgente, promovendo a adequada tutela de crianças e adolescentes em um mundo cada vez mais digital.
FORMA DE ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA MULTISSETORIAL PROPOSTA
Momento 1: Apresentação do tema e painelistas (5 minutos): A moderação introduzirá o tema e explicará a dinâmica do painel. Momento 2: Falas dos painelistas (15 minutos cada): Espaço para os painelistas aprofundarem sua fala sobre o tema, contando suas experiências profissionais e de vida. Para cada um será feita perguntas específicas sobre sua área de especialidade. O terceiro setor (médico) será questionado sobre o impacto das TICs no desenvolvimento físico, cognitivo e mental das crianças. O setor acadêmico (professor) abordará as mudanças no processo educativo e como isso impacta a aprendizagem. O setor governamental (nutricionista) falará sobre distúrbios alimentares impulsionados pelas TICs e políticas públicas. O setor privado (psicóloga) discutirá o desenvolvimento cognitivo, mental e os impactos psicológicos da dependência digital. Momento 3: Perguntas e encerramento (25 minutos): A moderação abrirá para perguntas, seguidas de respostas e considerações finais dos painelistas.
FORMAS DE ENGAJAMENTO DA AUDIÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA
Antes do FIB, divulgaremos nas redes sociais informações sobre o painel, incluindo notícias, matérias e aspectos relevantes da temática, para que o público tenha uma visão clara do assunto a ser discutido. Também abriremos caixas de perguntas e enquetes no Instagram, permitindo que as pessoas antecipem suas dúvidas e, com isso, possamos direcionar o debate para respondê-las. Além disso, iremos coletar sugestões e vivências de pessoas sobre formas de mitigar os efeitos da hiperconectividade. Durante o painel, disponibilizaremos ferramentas de interação para que o público envie perguntas aos palestrantes. Espera-se que, por meio dessas ações de engajamento, o público saia conscientizado sobre o uso de telas por crianças e adolescentes, seus impactos e recomendações essenciais.
RESULTADOS PRETENDIDOS
Os resultados pretendidos são a conscientização da sociedade sobre os riscos que as TICs representam para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes e a promoção de um uso mais responsável e equilibrado dessas tecnologias. O painel visa estimular a criação e implementação de recomendações que protejam a infância, além de minimizar os impactos negativos das TICs, como privação social, privação do sono, fragmentação da atenção e dependências tecnológicas, incentivando práticas que favoreçam o bem-estar físico e mental dos jovens. Busca-se fomentar debates que resultem em soluções práticas e educativas, envolvendo pais, educadores e especialistas, para garantir que as TICs complementem e enriqueçam a vida dos jovens. Após o evento, criaremos vídeos com os momentos mais importantes da palestra e, em conjunto com os palestrantes, lançaremos um manifesto com conselhos e recomendações para profissionais de saúde e educação, pais e responsáveis, governo e plataformas.
RELAÇÃO COM OS PRÍNCIPIOS DO DECÁLOGO
Liberdade, privacidade e direitos humanos
TEMAS DO WORKSHOP
DINC – Crianças e Adolescentes | PRIS – Segurança e proteção das crianças online | TSAU – Medicina e Internet |
ASPECTOS DE DIVERSIDADE RELEVANTE
Gênero | Idade ou geração | Outro |
COMO A PROPOSTA INTEGRARÁ OS ASPECTOS DE DIVERSIDADE
Esta proposta atende aos critérios de diversidade estabelecidos pela organização do evento. Em primeiro lugar, promove uma diversidade profissional ao incluir especialistas que fogem das áreas predominantes do FIB, como um médico psiquiatra, uma psicóloga clínica, um professor e uma nutricionista especializada em obesidade infantil representante do Ministério da Saúde, oferecendo perspectivas únicas e inovadoras para o debate sobre o uso saudável de TICs. O painel também garante paridade de gênero e diversidade racial e regional, com representantes do Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, trazendo uma riqueza de experiências e visões. Além disso, a temática do painel amplia o escopo do FIB, abordando o impacto das TICs na saúde de crianças e adolescentes por meio de uma perspectiva integrada das áreas da saúde e ciências aplicadas, algo pouco explorado em edições anteriores.
