Parte I – Sobre proponente e co-proponente

  • Proponente

    Nome: Victor Henrique Visocki

    Estado: Paraná

    Região: Sul

    Setor: Comunidade Científica e Tecnológica

  • Co-proponente

    Nome: Bárbara Alves

    Estado: Pernambuco

    Região: Nordeste

    Setor: Empresarial

Parte II - Sobre o Workshop

  • Resumo do workshop

    Este workshop traz discussões sobre os potenciais impactos à saúde mental advindos do contato com conteúdos desinformativos disponíveis na Internet sobre a temática da psicologia e/ou saúde mental. É fundamental que profissionais qualificados em saúde mental contribuam a esse nicho do ecossistema socioinformacional. É objetivo do workshop destacar a importância dos debates sobre responsabilidade social e a produção de conhecimentos e informações sobre Psicologia e saúde mental na Internet.

    OBJETIVOS E CONTEÚDOS DO WORKSHOP

    Um dos princípios da cibercultura é a complexificação dos papéis de seus atores. Antes, as populações eram consideradas apenas receptoras de conteúdo. Com a Internet, os usuários tornaram-se emissores e receptores, sendo responsáveis pela qualidade das informações nos ecossistemas digitais. Temas antes técnicos, como saúde, passaram a ser discutidos publicamente, promovendo o desenvolvimento sociotécnico, mas também novos desafios, como a infodemia e a desordem informacional. A responsabilidade do usuário na criação e compartilhamento de informações é essencial para um ecossistema digital saudável e ético. No caso da saúde mental e Psicologia, a popularização online ajuda a reduzir o estigma e fomenta redes de apoio em contextos familiares, escolares e comunitários. No entanto, abordagens irresponsáveis podem levar à banalização, estigmatização, autodiagnósticos e medicalização da vida. Conteúdos superficiais ou equivocados, muitas vezes baseados em experiências anedóticas, tornam-se critérios diagnósticos e promovem autodiagnósticos, como os casos de TDAH, enquanto há falta de conteúdos que incentivem a busca por tratamento profissional e que expliquem a complexidade dos transtornos psicológicos. Esse ecossistema pode afastar indivíduos dos serviços profissionais e fomentar a circulação de informações falsas ou enganosas, contribuindo para a estigmatização de comportamentos. O compartilhamento de informações incorretas sobre saúde mental é atravessado por questões sociais, políticas e mercadológicas. Este workshop tem como objetivo destacar a importância da responsabilidade social na produção de informações sobre Psicologia e saúde mental na Internet.

    RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A GOVERNANÇA DA INTERNET

    Por meio da cibercultura, indivíduos têm acesso a um ecossistema socioinformacional sem precedentes. Esse acesso permite a ampliação de concepções sobre diferentes temáticas e dimensões da vida humana, incluindo a saúde mental. A desordem informacional, por sua vez, é um fenômeno global e emergente que atravessa todo e qualquer tópico debatido em contextos digitais. Considerando a popularização dos debates sobre saúde mental e, ainda, a alegada pandemia de transtornos psicológicos que se desenvolve em nosso tempo (não raramente atribuída às experiências com dispositivos e conteúdos digitais), é pertinente às discussões sobre Governança na Internet o enfoque em tal situação-problema. Esse enfoque poderá atrair outras instituições e coletivos que detenham responsabilidade sobre profissionais da Psicologia e Saúde Mental e, ainda, desenvolver informações e conhecimentos sobre os impactos já amplamente sentidos pelas populações gerais. Se há um senso de sofrimento psicológico compartilhado entre expressiva parte de usuários da Internet, tal público pode recorrer aos espaços digitais para encontrar informações necessárias à mitigação de suas condições. Caso encontrem informações falsas, enganosas ou irresponsáveis quanto à temática, é possível que haja manutenção ou até mesmo piora de seus estados de saúde mental. Dessa forma, é de interesse público que organizações responsáveis pelo ecossistema digital se posicionem frente a essa temática e produzam uma rede de cooperação para prevenir e intervir diante de situações-problema referentes à saúde mental e a Psicologia.

    FORMA DE ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA MULTISSETORIAL PROPOSTA

    O painel será estruturado de modo a explorar a singularidade e o teor indispensável da Psicologia como ciência e profissão ao construir conhecimentos e práticas sobre a relação entre saúde mental e interações em contextos digitais-midiáticos. Propõe-se que o workshop produza um diálogo multissetorial composto pelos quatro setores que representam o CGI. Contaremos com a participação de uma pesquisadora, trazendo um profundo conhecimento acadêmico sobre o tema. Uma representante do terceiro setor dedicada aos estudos sobre inteligência artificial e o direito digital. Teremos um representante do setor governamental, que representa o conselho federal de Psicologia. Por fim, a presença de representante de uma empresa privada abordando os desafios enfrentados no que diz respeito às questões de saúde mental relacionadas ao uso da tecnologia por crianças e adolescentes. Esses palestrantes representam uma variedade de perspectivas e experiências que enriquecerão o painel, promovendo discussões.

    FORMAS DE ENGAJAMENTO DA AUDIÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA

    O moderador da mesa terá 5 min para apresentar os painelistas e fazer uma breve introdução sobre o tema que será discutido no workshop. Para cada painelista serão ofertados 8 min de apresentação. Ao final de todas as falas será ofertado ao público um momento de diálogo, de forma remota e presencial, nele será possível realizar perguntas à mesa. Será dado um período de 10 min de perguntas e, posteriormente, 10 min aos painelistas para responderem ao público. Também será disponibilizado durante a apresentação um link para o Mentimeter com perguntas com o objetivo de sensibilizar o público a como tais temas podem estar presentes em suas convivências em contextos digitais. Simultaneamente às apresentações, o público poderá responder essas perguntas. As interações serão apresentadas pelo moderador nos 3 min finais. Tal abordagem permitirá uma disseminação eficaz de conhecimento, bem como uma discussão sobre a importância dos conteúdos que abordam a psicologia e e saúde mental à GI.

    RESULTADOS PRETENDIDOS

    Este trabalho busca fortalecer a presença da Psicologia na Governança da Internet (GI), mapeando organizações e indivíduos interessados na área e criando uma rede de pesquisadores e atores sociais. O objetivo é promover a troca de conhecimento, cooperação e a criação de projetos e diretrizes que integrem a Psicologia como ciência e profissão quanto aos fenômenos decorrentes da vida contemporânea em tempos de alta tecnologia. Também se espera incentivar os profissionais da área a atuarem ativamente diante das demandas geradas pela Internet e seus impactos na saúde mental, garantindo que as discussões sobre o tema sejam éticas e científicas. O foco é evitar a banalização dos conhecimentos psicológicos e promover uma prática responsável. Por fim, o trabalho visa ampliar a representatividade da Psicologia ao convidar outras áreas do saber a se engajar no debate, promovendo a interdisciplinaridade e uma sociedade consciente sobre os desafios da saúde mental no contexto digital.

    RELAÇÃO COM OS PRÍNCIPIOS DO DECÁLOGO

    Liberdade, privacidade e direitos humanos

    TEMAS DO WORKSHOP

    DICD – Infodemia | EDU – Letramento digital | TSAU - Saúde e Internet |

    ASPECTOS DE DIVERSIDADE RELEVANTE

    Gênero | Cor ou raça | Região |

    COMO A PROPOSTA INTEGRARÁ OS ASPECTOS DE DIVERSIDADE

    Diante da crescente integração das tecnologias digitais às mais diversas dimensões da vida humana, é possível identificar influências e impactos diretos das experiências digitais a como indivíduos e sociedades concebem sua saúde mental. A proposta deste workshop é estimular um diálogo multidisciplinar, multissetorial e colaborativo envolvendo os quatro setores representados pelo CGI. No âmbito do workshop, os palestrantes se dividirão em especialistas nas áreas de saúde mental, medicina, abordagens integrais de saúde e da área da comunicação. A composição da mesa será caracterizada não apenas pela diversidade de áreas de atuação, que incluem psicologia e comunicação, mas também pela representatividade regional, étnica e de gênero. Essa abordagem inclusiva possibilitará análises detalhadas e segmentadas, enriquecendo ainda mais as discussões.