Parte II - Sobre o Workshop

• Resumo do workshop

  Será discutido o impacto da internet nas escolas rurais e quilombolas, destacando os dilemas, políticas e oportunidades associadas. Abordará questões relacionadas à infraestrutura, acesso à informação, segurança digital, políticas públicas e o potencial transformador da conectividade para melhorar a educação nessas áreas. Será uma mesa redonda interativa que reunirá especialistas, educadores, representantes governamentais e membros da sociedade civil para trocar ideias e perspectivas.

  OBJETIVOS E CONTEÚDOS DO WORKSHOP

  A presente proposta tem como principal objetivo aprofundar a análise dos desafios cotidianos que as comunidades rurais e quilombolas enfrentam na confluência de três aspectos cruciais: conectividade, educação digital e territorialidade. Especialistas e representantes dessas comunidades terão a oportunidade de compartilhar suas perspectivas para fomentar um diálogo construtivo sobre como superar barreiras geográficas e tecnológicas em prol do acesso equitativo à educação digital e do empoderamento rural. Sendo assim, a presente proposta buscará atingir tais objetivos específicos: (i) analisar o estado atual da conectividade nas escolas rurais brasileiras; (ii) discutir os desafios enfrentados pelos educadores e alunos em contextos rurais de baixa conectividade; (iii) examinar políticas públicas e iniciativas voltadas para a melhoria da infraestrutura de internet nas escolas rurais; (iv) explorar oportunidades de utilização da internet como ferramenta educacional inovadora e (v) destacar casos de sucesso e boas práticas em escolas rurais conectadas no território brasileiro. O conteúdo do workshop será composto por: (i) uma apresentação de abertura de 10 minutos, onde será compartilhada informações relevantes sobre o atual panorama da educação em escolas rurais no Brasil; (ii) Uma exposição detalhada das ações públicas que têm sido implementadas para fortalecer a educação online de escolas rurais e quilombolas; (iii) ouvir dos setores as ações que estão sendo realizadas e o que deve ser feito. Isso incluirá iniciativas que visam criar um ambiente digital inovador para potencializar o aprendizado e (iv) gerar debates e reflexões entre os palestrantes convidados da importância de construir estratégias conjuntas para promover o empoderamento através da internet nas escolas.

  RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A GOVERNANÇA DA INTERNET

  Este workshop é altamente relevante para a governança da internet, pois aborda as questões fundamentais de acesso à internet, educação digital e territorialidade das comunidades rurais e quilombolas, que muitas vezes são negligenciadas. Para embasar essa perspectiva, dados da pesquisa TIC Educação (2019) ilustram a situação das escolas rurais no Brasil em relação ao acesso à internet e à adoção de tecnologias digitais. O estudo demonstra que, em 2019, o dispositivo mais utilizado para acessar a internet com o propósito de executar tarefas administrativas e pedagógicas nas escolas rurais era o celular. Além disso, cerca de 40% das escolas localizadas em áreas rurais contavam com pelo menos um computador que disponibilizava acesso à internet (seja ele de mesa, portátil ou tablet). Surpreendentemente, 52% dos gestores escolares nas instituições pesquisadas relataram que os professores dependiam do uso de smartphones para conduzir atividades educacionais com seus alunos. Outro dado de destaque é que 61% desses professores arcavam pessoalmente com os custos de créditos ou planos de dados para viabilizar as atividades educacionais com seus próprios dispositivos móveis, já que as instituições de ensino não forneciam suporte financeiro para a inclusão digital dos docentes. É importante observar que, durante o período da pandemia, o painel TIC COVID-19 realizou uma pesquisa em 2020 e apontou que o dispositivo mais comum para acompanhar aulas e atividades remotas era, mais uma vez, o smartphone. No entanto, é amplamente reconhecido que o uso exclusivo de smartphones não é suficiente para otimizar o processo de aprendizagem, cabendo aqui, debates mais aguçados para construir estratégias em prol de melhor compreender o impacto da internet em escolas rurais e quilombolas do Brasil.

  FORMA DE ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA MULTISSETORIAL PROPOSTA

  Nossa abordagem será multissetorial, reunindo diferentes partes interessadas, como governo, setor privado, sociedade civil e acadêmicos, para uma discussão aberta e construtiva. A mesa redonda será moderada por um especialista na área e incluirá apresentações breves seguidas de uma discussão interativa entre os participantes. O workshop será estruturado como uma mesa redonda interativa, onde os participantes apresentarão perspectivas e insights breves, seguidos por uma discussão aberta e colaborativa. No início do painel, o tema será apresentado e contextualizado dentro do escopo sugerido por, aproximadamente, 5 minutos pelo moderador. Posteriormente, cada palestrante terá 15 minutos para sua intervenção, apresentando sua perspectiva por meio de uma pergunta norteadora indicada para sua fala. Cada palestrante terá uma pergunta personalizada que atenda as expertises do setor representado.

  FORMAS DE ENGAJAMENTO DA AUDIÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA

  Para garantir que as informações sobre o painel sejam de acesso pleno, divulgar-se-ão, nas redes sociais e canais de comunicação (sites) de todos os participantes, conteúdos sobre o workshop proposto com acessibilidade para pessoas com deficiência. Durante a mesa, como forma de assegurar a participação da audiência, o público poderá participar sob forma de pergunta, comentário, intervenção ou complementação. O moderador selecionará as perguntas e direcionará aos palestrantes nos últimos 25 minutos do painel (identificação da autora ou autor do questionamento será opcional). Como forma de garantir tanto o engajamento presencial quanto remoto, as interações dar-se-ão pela abertura do microfone aos presentes e por meio da leitura de perguntas enviadas por quem estiver acompanhando o evento de maneira remota. Como estratégia de engajamento posterior ao painel, os principais encaminhamentos da discussão serão sistematizados pelo proponente, como forma de contribuição multissetorial.

  RESULTADOS PRETENDIDOS

  Espera-se que, ao final deste workshop, tenhamos alcançado os seguintes resultados: (i) conscientização sobre os desafios e oportunidades enfrentados pelas escolas rurais e quilombolas em relação à conectividade; (ii) identificação de soluções e políticas eficazes para melhorar a infraestrutura de internet nas escolas rurais; (iii) compromissos para promover a inclusão digital e educacional nessas áreas; (iv) contribuições para a formulação de políticas públicas mais eficazes relacionadas à educação e à internet em áreas rurais e quilombolas(v) estímulo à discussão sobre a importância da diversidade e inclusão territorial na governança da internet.

  RELAÇÃO COM OS PRÍNCIPIOS DO DECÁLOGO

  Universalidade

  TEMAS DO WORKSHOP

  DINC – Grupos excluídos e minoritários | DINC – Inclusão digital | IACO – Acesso e conectividade |

  ASPECTOS DE DIVERSIDADE RELEVANTE

  Gênero | Cor ou raça | Pessoas com deficiência |

  COMO A PROPOSTA INTEGRARÁ OS ASPECTOS DE DIVERSIDADE

  Para garantir a pluralidade, nossa mesa redonda contará com participantes de grupos subrepresentados advindos de comunidades rurais e quilombolas do país. Contará, também, com participantes autodeclarados negros, quilombolas, representantes da comunidade LGBTQIAPN+, mulheres, pessoas com deficiência e representantes das regiões Sudeste, Centro-oeste, Sul, Norte e Nordeste. Além disso, para garantir o multissetorialismo, haverá representação do setor governamental, empresarial, comunidade científica e tecnológica, além do terceiro setor.