Parte I – Sobre proponente e co-proponente
- Proponente
Nome: CNPD Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
Estado: São Paulo
Região: Sudeste
Setor: Governamental
- Co-proponente
Nome: Núcleo de Tecnologia do MTST
Estado: São Paulo
Região: Sudeste
Setor: Terceiro Setor
Parte II - Sobre o Workshop
Resumo do workshop
A formação tecnológica tem sido pouco explorada em contextos periféricos urbanos e rurais no âmbito da Governança da Internet. O workshop debaterá estratégias educativas voltadas para apropriação e domínio popular de técnicas para desenvolvimento tecnológico a partir da realidade periférica e à serviço de seus interesses. Serão discutidas possíveis políticas territoriais para formação tecnológica, tendo em vista a geração de renda e a democratização das comunidades tecnicas da Internet.
OBJETIVOS E CONTEÚDOS DO WORKSHOP
O objetivo geral, tanto por meio de dinâmicas promovidas ao longo do workshop, como pela sistematização desses diálogos em relatórios posterior, é contribuir para uma política de formação tecnológica inclusiva e, portanto, elaborada a partir da realidade periférica brasileira. Para tal, o workshop tem como objetivos específicos: 1) compreender quais as múltiplas condições materiais e subjetivas necessárias para viabilização desse tipo de (re)construções de técnicas populares (desenvolvidas para finalidades pensadas pela população a partir do seu cotidiano, urgências e necessidades concretas); 2) compartilhar experiências e desafios de construção de tecnologias por movimentos e comunidades periféricas que atenderam às suas necessidades/às finalidades populares. Serão apresentadas iniciativas de formação tecnológica popular e de incorporação desses métodos na educação escolarizada, além de estratégias de divulgação dessas e outras formas de viabilização de tecnologias e/ou o aprimoramento de infraestruturas tecnológicas; 3) discutir como políticas públicas e instrumentos do Estado podem ser mobilizados para escalar as experiências exitosas com sustentabilidade, e de que forma os diferentes desafios de apropriação popular das ações governamentais podem enfrentados; 4) sistematizar as possibilidades de participação de pessoas formadas nas periferias nas comunidades científicas e tecnológicas que compõem a Governança da Internet, com os sistemas autônomos, os registros de nomes de domínio e alocação de IP e as forças-tarefas de desenvolvimento e manutenção de protocolos da Internet.
RELEVÂNCIA DO TEMA PARA A GOVERNANÇA DA INTERNET
Não há dúvidas que uma governança democrática e participativa da Internet exige uma educação digital inclusiva, multigeracional, plural e crítica, tendo em vista que. formação tecnológica é crucial para operação das infraestruturas da Internet, bem como para desenho e operação das arquiteturas das plataformas que dependem do seu suporte. No entanto, em espaços de governança da Internet pouca ênfase é dada para a democratização de formações tecnológicas, e para as políticas que necessariamente têm de acompanhá-las. A educação digital, se manifesta em diferentes formatos: (i) o letramento digital, que, para além do entendimento da funcionalidade das TICs digitais, também compreende a educação midiática e informacional, a educação sobre Governança da Internet, dados e cuidados digitais; (ii) a formação técnica, garantindo empregabilidade, e ampliando a força de trabalho que atua com infraestruturas de redes (ou baseadas nelas); (iii) e a formação tecnológica (em sentido amplo), borda o funcionamento dos algoritmos, dos protocolos e das arquiteturas. O debate da comunidade tecnológica acerca das diferentes formações ainda é restrito para pessoas que tiveram condições de estudar em escolas de qualidade (em sua maioria, escolas privadas, pagas), bem como frequentar cursos de engenharia e computação em universidades de prestígio. Em contraste, as experiências de promoção de formação e o desenvolvimento tecnológico a partir de regiões periféricas e suas populações demonstram o potencial transformador dessas iniciativas, para garantir a pluralidade técnica. Portanto, com mais pessoas dominando o conhecimento técnico e a lógica computacional nos territórios do Brasil, há maior a resiliência e segurança da Internet No médio e longo prazo podemos ampliar a representatividade e democratizar o acesso às instâncias e foros técnicos como ICANN, IETF, LACTLD, entre outros.
FORMA DE ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA MULTISSETORIAL PROPOSTA
O workshop começará com uma apresentação de 5 minutos sobre a importância de promover a formação tecnológica em territórios periféricos, incluindo a apresentação dos(as) participantes e será pautado por duas perguntas orientadoras: 1) quais foram os desafios pedagógicos encontrados para a formação tecnológica e como buscaram mitigá-los? e 2) quais são exemplos de políticas públicas de formação tecnológica existentes nas periferias? Serão quatro apresentações de 8 min., seguido de “roda de conversa” mediada pela moderadora com duração de 20 min., de forma que possam fazer perguntas entre si. Após o debate será aberto para audiência para que realizem perguntas e reflexões que possam contribuir para perspectivas de soluções políticas exitosas para a formação técnica e desenvolvimento tecnológico, tendo em conta as restrições e necessidades das periferias (máx. 25 min.). Finalmente, o relator encerrará a sessão apresentando uma síntese das possíveis contribuições por cerca de 5 min.
FORMAS DE ENGAJAMENTO DA AUDIÊNCIA PRESENCIAL E REMOTA
Durante a sessão, o moderador presencial e o relator serão responsáveis por organizar as intervenções e interagir com os palestrantes para garantir que os objetivos da sessão serão buscados de forma adequada, e também salvaguardar o devido equilíbrio para atender às expectativas de diversidade dentro das intervenções, seja dos palestrantes ou do público. As interações do público presencial serão coletadas pelo relator durante a sessão de perguntas e reflexões da audiência. Em relação às contribuições do público que estiver acompanhando de forma remota, será estimulado o engajamento nos debates nas redes sociais utilizando a hashtag #formacaotecnologicapopular (alinhada com o objetivo de massificação das experiências), para além de coleta de perguntas por meio de aplicações como slido. O relator certificar-se-á de capturar todos os destaques e informações críticas da sessão, de modo a listar as principais conclusões para um breve relatório a ser compartilhado.
RESULTADOS PRETENDIDOS
Pretende-se estimular a escalabilidade/massificação de ações educativas cuja concepção centra-se no coletivo (cursos, formações de educadores) e que viabilizam a criação de condições materiais e subjetivas para a apropriação popular do domínio das técnicas necessárias para incorporar, recombinar e reconfigurar as tecnologias digitais. Além disso, acreditamos que o Workshop terá potencial de reforçar a esperança nas práticas educativas enquanto caminho para viabilização de construção de tecnologias cujas finalidades partem do o cotidiano dos movimentos sociais, de ocupações e das periferias, por meio do compartilhamento de múltiplas experiências demonstraram que esta é uma realidade factível - e é necessariamente resultado da práxis. Como produto, o workshop vai consolidar um um informe de políticas de Internet a ser entregue ao Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br.
RELAÇÃO COM OS PRÍNCIPIOS DO DECÁLOGO
Universalidade
TEMAS DO WORKSHOP
DINC – Grupos excluídos e minoritários | EDU – Capacitação digital | EDU – Formação técnica e tecnológica |
ASPECTOS DE DIVERSIDADE RELEVANTE
Gênero | Cor ou raça | Região |
COMO A PROPOSTA INTEGRARÁ OS ASPECTOS DE DIVERSIDADE
Não temos dúvidas da relevância que o compromisso com a diversidade exerce na construção de uma governança da internet mais plural, e capaz de ampliar as possibilidades de transformação. Ao se concentrar em experiências pedagógicas construídas em territórios periféricos, o painel busca incorporar ao debate das formações tecnológicas a partir de perspectivas plurais e muitas vezes silenciadas. Considerando a racialização da pobreza, e a marginalização da população negra e de baixa renda nesses territórios. Este cenário é reflexo do racismo enquanto ideologia, que se manifesta na produção de técnicas e infraestruturas digitais, que dependem da Internet. Em relação à composição do painel, a proposta conta com paridade racial, bem como se baseia no princípio da paridade entre homens e mulheres, além de bem como assegurar a participação de representantes da comunidade LGBTQI+. Há a participação de representantes de todas as macrorregiões do Brasil, tanto de áreas rurais quanto urbanas.