A II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Eco’92), realizada no Rio de Janeiro em 1992, foi um marco para os debates sobre conservação do meio ambiente e a adoção de novos modelo de desenvolvimento econômico. O evento internacional lançou as premissas para o debate sobre desenvolvimento sustentável no mundo, e resultou na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), o maior pacto internacional já assinado em torno de ações que busquem “prevenir a interferência humana perigosa no sistema climático”. O legado da Eco’92 para a proteção do meio ambiente é reconhecido internacionalmente, mas sua importância vai muito além. A Conferência adotou pela primeira vez uma forma de gestão que considerava o parecer de múltiplas partes. E influenciou, de forma inegável, o que mais tarde ficou conhecido como modelo de gestão multissetorial, cunhando para a posteridade, a intrínseca relação entre a história da governança ambiental e da governança da Internet. Além disso, atendendo à demanda de maior participação social por parte de setores não governamentais, o evento contou, de forma inédita, com uma rede de computadores locais ligada à Internet. Em 2025, o CGI.br celebra 30 anos de existência, ao passo que, neste mesmo ano, o Brasil assume a presidência da COP 30. Nesse intercruzamento entre a história da governança da Internet e da governança do meio ambiente, propõe-se uma reflexão sobre o legado da Eco’92 para essas agendas, buscando avaliar de forma crítica como, a partir disso, se dá a participação da sociedade nestes debates.
Sessão principal 2 - O legado da Eco’92: meio ambiente, tecnologias e governança
Palestrantes
Carlos Alberto Afonso
Instituto NupefDanielly Freire
Pacto Global – Rede BrasilMulher latina, brasileira, neurodivergente, nascida no território da Mata Atlântica, com forte conexão indigenista e formação em etnoengenharia. Orgulhosa de suas raízes, cresceu em uma comunidade vulnerável e conquistou ascensão social e pessoal (da classe C para B) por meio da educação e dedicação à área ambiental e à sustentabilidade. Graduada em Engenharia Ambiental pela UNESP, possui especialização em Supply Chain Management pela GE Crotonville-NY, é Mestre em Ciências na área de Ambiente, Saúde e Sustentabilidade pela Faculdade de Saúde Pública-USP e bolsista do curso de Business Strategy pela University of La Verne-CA, em nos EUA.
Com mais de 10 anos de experiência em gestão estratégica de sustentabilidade, atua na implementação de estratégias corporativas de sustentabilidade e clima no setor privado e junto ao Sistema ONU é Head de Clima do Pacto Global da ONU – Rede Brasil. Fundadora da ReNative, movimento que promove resistência e fortalecimento étnico por meio da sinergia entre conhecimentos ancestrais e contemporâneos, como os projetos socioambientais Nukë Fuya Sharahu, Nhande Kuery Reko e Debrief COP30, desenvolvidos com os povos originários Shanenawa, Guarani e Yawanawa. Também é sócia e conselheira de impacto da Vivalá, startup brasileira de turismo sustentável.
Acredita no poder do diálogo entre engenharia e comunicação disruptiva para transformar a sustentabilidade em ações práticas e eficazes. Sua visão integra ética ambiental, cultura, justiça climática e prosperidade econômica, visando uma revolução regenerativa que inspire e impulsione as próximas gerações no cuidado com o planeta.
Diosmar Filho
Associação de Pesquisa IyaletaEliete Paraguassu
Vereadora de SalvadorEverton Frask Lucero
ItamaratyTerezinha Alves Brito
C-PARTESModeração
Bianca Kremer
Conselheira - CGI.brProfessora, pesquisadora, advogada e ativista pelos Direitos Digitais. Nos últimos dez anos vem dedicando esforços no combate aos vieses discriminatórios de raça e gênero na tecnologia. É doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio (2021), e professora titular de Direito Digital no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP – Brasilia). Membro do Núcleo Legalite (PUC-Rio) e do Instituto Brasileiro de Estudos de Responsabilidade Civil (IBERC). Atualmente é professora visitante no Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da FGV Direito Rio, pesquisadora visitante no Instituto Weizenbaum (WZB) e realiza estudos de pós-doutorado no Geneva Graduate Institute (IHEID), no projeto “Infrastructuring Democracy: the regulation politics of digital code, content and circulariam” (2024). Possui intensa produção acadêmica na temática de direito, tecnologia e relações raciais no Brasil, sendo palestrante e conferencista recorrente em congressos e eventos de expressão nacional e internacional. Possui forte atuação no ativismo pelos Direitos Digitais, integrando a Coalizão Direitos na Rede (CDR) e desenvolvendo pesquisas de impacto em estímulo a políticas públicas em tecnologia e desenvolvimento social.