Rio de Janeiro
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A Internet é um instrumento fundamental de resposta à Pandemia de Covid-19, capaz de produzir e disseminar informações em um ritmo sem precedentes. Em meio ao turbilhão de dados, opiniões e evidências, esforços de diversos setores geraram conhecimento e fluxos de comunicação de informações confiáveis, fundamental no enfrentamento da Pandemia. No entanto, como contraponto, temos o fenômeno das “fake-news”, logo torna-se fundamental debater as novas formas de comunicação que as mídias proporcionam
O workshop visa contribuir para que o debate e a disseminação de informações na saúde sejam orientadas pelas evidências, no qual a Internet tem um papel fundamental no enfrentamento da pandemia do Covid-19.
A temática da Saúde desperta grande interesse da população, e assim, há sempre um grande volume de fake news em circulação - na Internet aberta e mídias sociais. Frente a um vírus para o qual não há vacina ou tratamento específico, enfrentamos ainda outra pandemia - a de mentiras - igualmente intangível e danosa, mas cuja luta pode e deve ser travada por todos.
O tema saúde é associado frequentemente ao medo de estar doente, o que pode levar a situações de pânico pelas pessoas e busca de alternativas fáceis, gerando tensões inclusive nas relações médico-paciente e entre profissionais de saúde e cidadãos. Nesse contexto é fácil explicar como informações falsas e milagrosas atingem um grande público.
Por mais que o Brasil ainda não disponha de uma legislação específica que considere a fake news como crime, o fato é que essa conduta pode se enquadrar em outros crimes já previstos em lei, tais como calúnia, difamação, crimes contra a saúde e até mesmo contra a vida. No enfrentamento desta emergência, responsabilidade e solidariedade são palavras-chave.
Um remédio contra as Fake News é a divulgação de sites institucionais e de governos com materiais de fácil acesso à população, normalmente temos textos científicos de difícil compreensão pela maioria do público
O foco da discussão será o embate entre evidências e as informações falsas em saúde. Como realizar uma curadoria, baseada em especialistas? Orientada por métodos de audiência? Quais as respostas possíveis nas diversas fases da pandemia, e quais soluções se vislumbram em um cenário de maior cooperação a articulação multissetorial no âmbito da Internet Brasileira? Para isso um grupo de diferentes palestrantes estará debatendo do ponto de vista de princípios jurídicos, comunicacionais, da saúde e da ciência aberta
Em 2020 a humanidade foi desafiada pelo surgimento de um vírus respiratório, com alta transmissibilidade por aerossol e perdigotos e taxa de letalidade 5 vezes maior do que a Influenza - o SARS-CoV-2. A Pandemia iniciou-se na China, na província de Wuhan em novembro de 2019, tendo seu primeiro caso notificado em 31 de dezembro de 2019. Rapidamente se espalhou por todo o globo, sendo reconhecida então com o status de pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março.
A Covid-19 é uma doença nova, que desperta vários questionamentos e incertezas entre pessoas leigas e também profissionais de saúde. Até então, não há um tratamento específico para o coronavírus, o que ressalta a importância de sua prevenção. A Internet é uma ferramenta crucial para lidar com a Pandemia. Por meio dela é possível a telecomunicação, teletrabalho, teleeducação e telecolaboração em escala global, além da preservação de laços de comunicação e afeto entre as pessoas, que tiveram de passar períodos consideráveis de estresse e solidão em decorrência das várias medidas de isolamento social adotadas por diversos governos no mundo todo.
A resposta da Internet brasileira é analisada sob a perspectiva da importância de se ter recursos e informações confiáveis em formato aberto e gratuito para diminuir os impactos de uma pandemia junto à sociedade. A população como um todo, e especialmente profissionais de saúde foram surpreendidos ao mesmo tempo com o surgimento de um novo vírus e de um enorme número de fake-news sobre o tema.
Isso leva à disseminação de informações incorretas e que muitas vezes trazem prejuízos reais à saúde da população, inibem políticas públicas importantes, levando ao descrédito aquelas informações oficiais, fundamentais à população.
No contexto do fenômeno das fake news, fazer circular o conhecimento científico torna-se fundamental diante das diversas possibilidades de disseminação do saber que as novas mídias proporcionam através do uso da internet.
O volume de informações sobre um mesmo tema, a Pandemia Covid-19, desafiou a comunidade de informação e comunicação em saúde. Como realizar uma curadoria, baseada em especialistas? Orientada por métodos de audiência? De forma colaborativa, espontânea ou institucional? E como fazer isso em tempo real, atingido simultaneamente por centenas de ondas contraditórias de dados, informação, retórica?
Considerando que todo o processo de criação, compartilhamento, avaliação e curadoria de informações de qualidade sobre a saúde devem ser pautados simultaneamente por múltiplos critérios, como sua plausibilidade biológica, representatividade e precisão estatística, validade epidemiológica, aceitabilidade jurídica e competência intercultural, quais foram as respostas possíveis nas diversas fases da pandemia, e quais soluções se vislumbram em um cenário de maior cooperação a articulação multissetorial no âmbito da Internet Brasileira?
Durante o painel pretendemos instigar a participação do público através de ferramenta para perguntas instantâneas através do celular, evocando as memórias deles em relação a controvérsias enfrentadas na Internet durante a Pandemia.
Dentre as formas sugeridas de envolvimento de participantes remotos, estão o uso de redes sociais das entidades organizadoras, hashtags específicas para o acompanhamento do workshop, aplicativos de mensagens e de voz/texto em tempo real.
Após as explanações da mesa abriremos para o debate com o público e perguntas on line dos participantes de outros locais.
O relatório será produzido em tempo real utilizando o github.io, com versionamento de código, textos e imagens, ilustrando o ritmo de produção e disseminação de informação de qualidade, verificável e discutível na Internet.
Esperamos que o painel possa sensibilizar o público para a importância de se discutir o tema da curadoria da informação de saúde na Internet, incluindo blogs, pre-prints de publicações científicas, experimentos de ciência de dados, depoimentos pessoais em texto e vídeo, cursos online e recursos educacionais abertos. A análise da crise pela qual passamos em relação à Pandemia Covid-19 e as respostas da sociedade, governo, empresas, profissionais de saúde e cientistas podem revelar contradições e esforços divergentes. O workshop resultará na documentação e debate de boas práticas e experiências exitosas na produção de informação e comunicação de qualidade com e para a população, superando a desinformação e o negacionismo que tanto prejudicaram o Brasil e o mundo. A capacidade de articulação intersetorial do CGI.br, apoiada em discussões como essa, poderá conduzir a Internet Brasileira a um papel protagonista no enfrentamento desta e de outras pandemias que venham a ocorrer no futuro.
UF |
RJ |
Organização |
Pontifícia Universidade Católica - PUC/RJ |
Setor |
Comunidade Científica e Tecnológica |
Mini biografia
Professor e Pesquisador em direito civil, direitos autorais e propriedade intelectual no curso de Graduação em Direito (ITR-UFRRJ).
Professor e Pesquisador PPED/UFRJ. Professor de direitos autorais e propriedade intelectual em cursos de pós-graduação lato sensu da PUC-RJ e UERJ. Doutor em Direito Civil na UERJ. Pesquisador e Vice-Coordenador do Instituto Nacional de Tecnologia (INCT). |
UF |
DF |
Organização |
Fiocruz Brasília |
Setor |
Governamental |
Mini biografia
Médico, mestre em saúde pública. Pesquisador tecnologista da Fiocruz. 15 anos de experiência em gestão de projetos de pesquisa desenvolvimento e inovação em saúde digital para Fiocruz, Ministério da Saúde, IBICT, UFMG e UNA-SUS
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UF |
DF |
Organização |
Saúde Conecta |
Setor |
Empresarial |
Mini biografia
Sanitarista, pesquisadora em saúde
pública, especialista em saúde coletiva, mestrado em Políticas Públicas em Saúde pela Fiocruz. Atuou no NESCON/ UFMG. Mais de 12 anos atuando em Saúde Pública. |
UF |
MG |
Organização |
Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade |
Setor |
Terceiro Setor |
Mini biografia
Médico de Família e Comunidade. Mestre em Telemedicina e Telessaúde. Doutorando em Saúde Coletiva.
Departamento de Pesquisa da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. |
UF |
RJ |
Organização |
Fiocruz |
Setor |
Governamental |
Mini biografia
Graduação em Ciências políticas e Sociais pela PUC/RJ e mestrado em Relações Internacionais pela mesma instituição. Especialista em Comunicação e Saúde pela Fiocruz. Atualmente coordena o Campus Virtual Fiocruz na Vice-presidencia de Educação, Informaçao e Comunicação da Fiocruz,Coordenadora Geral do Curso : Covid-19: Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus.
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UF |
RJ |
Organização |
Fiocruz |
Setor |
Governamental |
Mini biografia
mestrado em Política e Gestão em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca e
especialização em Informática e Informação em Saúde pela mesma instituição. Graduou-se em Tecnologia em Processamento de Dados pela Universidade Iguaçu (1997). Atualmente é Tecnologista em Saúde Pública da Vice-presidência de Educação, Informação e comunicação da Fiocruz. |